Talvez você saiba, talvez não, mas o consumidor atual possui novos hábitos e, devido a isso, caso queira encantá-los, de forma bem objetiva, é necessário conhecer melhor cada um deles.
Podemos dizer que estes novos hábitos são uma busca por mais facilidade, utilidade e comodidade, ou seja, nós consumidores queremos cada vez mais, conveniência. De forma geral, como as empresas podem entregar isso? Bem, um produto, serviço ou jornada conveniente é visto pelo cliente como algo apropriado e oportuno, que atende ao gosto, às necessidades e ao bem-estar dele. Quando uma coisa é conveniente, ela é fluida e agradável. Normalmente, chamamos assim coisas que nos são úteis, que simplificam ou trazem vantagens e utilidade a nossa vida. Costumo dizer que a conveniência é algo muito mais fácil de sentir e experimentar do que planejar (e definir em palavras).
Existem várias expectativas de conveniência esperadas (exigidas) pelo consumidor, mas para auxiliar você rapidamente neste post, irei apresentar 3 delas que, na minha visão são os essenciais para surpreender os novos consumidores (agora digitais), para que você tenha algo prático para agir. Vamos a eles!
A primeira expectativa de conveniência refere-se ao fator que provavelmente é considerado pela maioria das pessoas como um dos ativos de maior importância no mundo, que é o tempo. Com isso, tudo que, de alguma forma, ajuda alguém a economizar ou não desperdiçar o seu tempo será visto como algo conveniente. A vida moderna é rápida e competitiva. Um adulto cotidiano vive envolto a uma série de objetivos e metas pessoais, para seus filhos ou seu trabalho. No geral, as pessoas querem ser produtivas, fazer mais com menos. Contudo, valorizam utilizar o seu nobre ativo tempo com coisas que consideram importantes, como se divertir ou se relacionar. Observe uma típica rotina familiar e perceberá que as tarefas possuem tempo limitado, que existem diversos compromissos com horários acordados (entrada e saída do trabalho ou escola) e horários típicos para fazer cada coisa (hora de almoçar, de dormir etc.). É fácil perceber que tudo que possa agir no fator tempo de forma positiva será sempre bem-vindo pois proporcionará a conveniência de permitir fazer coisas de forma mais rápida (economia) e sem desperdício. Uma refeição congelada que pode ser preparada no micro-ondas em apenas 10 minutos é um bom exemplo dessa aplicação de conveniência.
O segunda expectativa de conveniência não é tão consensual como o primeiro. Talvez, em uma pesquisa de opinião, a maioria das pessoas nem admitiria sua importância da mesma forma escancarada como assumem e valorizam o primeiro. No entanto, esse hábito é muito poderoso e desejado, e consiste no esforço necessário para realizar algo. Nós, os seres humanos, adoramos alcançar os mesmos resultados, ou resultados maiores, com menos esforço. Economizar energia parece ser algo intrínseco à natureza. Diversos estudos mostram, por exemplo, que o nosso cérebro se utiliza dessa técnica constantemente para não se exaurir. Newton, em sua 1ª Lei, aborda o princípio da inércia como um estado persistente de repouso, a menos que seja compelido a modificar esse estado pela ação de forças impressas sobre ele. Para alguns, reduzir esforço significa reduzir a carga de trabalho e ter uma vida mais equilibrada. A total falta de esforço é inclusive vista como algo benéfico para alguns estudiosos, como o sociólogo italiano Domenico de Masi, autor do livro O Ócio Criativo. Nesse contexto, a tecnologia é um grande redutor de esforço à medida que assume mais e mais atividades que antes tínhamos que executar por conta própria, como por exemplo, lavar a louça ou fazer uma baliza para estacionar o automóvel. Além dessa substituição do trabalho, a tecnologia se esforça também para simplificar as tarefas que são inatas nossas, a fim de que seja possível executá-las com o mínimo dispêndio de energia, como o controle remoto, que nos permite comandar um equipamento sem o esforço de irmos até ele. Reduza o esforço do seu cliente em obter informações sobre sua marca e seus benefícios, em comprar os seus produtos e em utilizá-los. Elimine as barreiras e peça só o estritamente necessário. Quanto mais fluído for interagir com sua marca, melhor.
A terceira e última conveniência diz respeito a adaptabilidade. Quem não desejaria que um produto ou serviço se adequasse a você, adaptando-se ao seu modo de uso? Essa é a conveniência que chamo de personalização. Nele, conveniente é agregar ao produto ou serviço o controle sobre o mesmo e sua operação, ou seja, conveniente é algo que terceiriza a decisão de uso (e suas consequências), em termos de economia do tempo e esforço, para o próprio indivíduo, proporcionando a ele não só decidir a melhor forma de usar, mas onde e quando usar. Com esse controle em mãos, o produto não só se transforma em algo adaptável (personalizado pra você), mas te oferta o controle acerca de onde e quando personalizar. Como sabemos, um produto personalizável se torna confortável, agradável e proporciona bem-estar. Imagine-se dirigindo um carro onde o banco, direção e retrovisores estão ajustados para uma pessoa bem diferente de você. Sem a personalização, alguns produtos se tornam um grande estorvo de uso.
Concluindo, os 3 hábitos de conveniência básicos e essenciais encontrado nos novos consumidores são:
Aplique essas conveniências quando for fazer a reengenharia digital do seu negócio ou produto!
Seu cliente agradece (e seu negócio também).
Um abraço!